Guerra em Israel: Após um mês, o que mudou na economia?
A guerra entre Israel e o Hamas já dura mais de um mês e tem gerado impactos em alguns setores. Segundo especialistas, a escalada do conflito pode afetar não só a produção e exportação de petróleo, mas também o câmbio e os investimentos estrangeiros.
Uma guerra afeta os investimentos devido à incerteza e à instabilidade que ela gera. Quando há um conflito armado em andamento, os investidores tendem a ficar cautelosos, preferem arriscar menos e buscam investir em países considerados mais seguros.
É importante acompanhar de perto os desdobramentos da situação para entender melhor as implicações na economia do país e no cenário internacional. Para saber mais, continue a leitura!
Entenda o que mudou na economia após um mês de conflito entre Israel e Hamas
A atual guerra no Oriente Médio tem impactos sobre preços de petróleo, setores relacionados, além de causar aversão ao risco, o que pode impactar economias emergentes. Entenda a seguir.
Aumento de preços do petróleo
A guerra entre Israel e Hamas tem impactado o preço do petróleo devido à instabilidade geopolítica no Oriente Médio. Para você ter uma ideia, no dia 9 de outubro, um mês após o conflito, o petróleo fechou em alta de 4,22%, com o preço do barril negociado a US$ 88,15.
O aumento das tensões e conflitos na região poderia levar a interrupções na produção e no fornecimento de petróleo, o que afetaria diretamente os preços globais.
Quando há um aumento do risco, os investidores tendem a ficar preocupados com a disponibilidade do produto no mercado. Isso pode levar a um aumento na demanda e, consequentemente, a um aumento nos preços.
Além disso, a região do Oriente Médio é uma importante produtora de petróleo, com países como Arábia Saudita, Irã e Iraque sendo grandes exportadores. Qualquer instabilidade política ou militar nesses países pode afetar a produção e o fornecimento de petróleo.
No entanto, é importante ressaltar que o impacto direto no preço do petróleo devido à guerra entre Israel e Hamas pode variar dependendo de diversos fatores, como a duração do conflito, a intensidade dos combates e a resposta de outros países produtores de petróleo.
Efeito inflacionário
A atual guerra entre Israel e Hamas pode ter um efeito inflacionário, em especial devido a um aumento nos preços da energia e em outros setores da economia, como alimentos, adubos, fertilizantes, resinas plásticas e outros insumos industriais.
Assim, especialistas argumentam que até o fim do ano deve haver aumento do diesel e da gasolina, item esse que corresponde a aproximadamente 5% do orçamento das famílias no Brasil.
Porém, existe a estimativa de que se o conflito não se escalar para outros países, a expectativa é que o impacto sobre a volatilidade do petróleo seja menor do que a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Por sua vez, o FMI aponta que se houver uma elevação de 10% nos preços do petróleo no mundo, a inflação mundial deverá subir em 0,4 pontos percentuais.
Commodities agrícolas
A guerra pode ter impactos nas commodities agrícolas e efeitos indiretos no mercado global de alimentos. Por exemplo, um mês após o conflito entre Israel e Hamas, a soja apresentou aumento de preço na Bolsa de Mercadorias de Chicago.
Segundo o Canal Rural, o atual conflito pode trazer reflexos nos grãos no mercado global. Nesse sentido, a alta do petróleo pode tornar mais caros também produtos como grão e milho na Bolsa de Chicago.
Outro possível impacto é o aumento dos preços dos fertilizantes. Com a elevação do preço do petróleo, isso pode influenciar no custo de produção, uma vez que o petróleo é um insumo importante na fabricação de fertilizantes.
Análises do Hedgepoint Global Markets e do Itaú BBA apontam que Israel é o 6º principal país que fornece fertilizantes ao Brasil, totalizando 1,2 milhão de toneladas.
Aversão ao risco
A preocupação com o aumento do preço da energia eleva o sentimento de aversão ao risco, o que tende a provocar uma política monetária mais restritiva nos Estados Unidos.
Dessa forma, a guerra entre Israel e Hamas pode levar ao aumento da taxa de juros americanos, embora no momento ela tenha se mantido estável. Se os juros nos EUA se mantêm altos, isso tem efeitos nos investimentos em países emergentes, a exemplo do Brasil, além de afetar outros fatores, como o câmbio.
A aversão ao risco ocorre quando os investidores se tornam mais cautelosos e buscam ativos considerados mais seguros em momentos de incerteza.
Nesse contexto, os investidores tendem a buscar ativos considerados mais conservadores, como os títulos do Tesouro dos Estados Unidos, por exemplo. Isso ocorre porque esses títulos são considerados uma opção de investimento de baixo risco.
Por outro lado, a demanda por ativos de países emergentes, como o Brasil, tende a cair, com uma saída de capital desses países, o que pode pressionar a moeda e aumentar as taxas de juros locais.
Investimentos
O aumento das taxas de juros em decorrência da guerra entre Israel e Hamas tende a prejudicar as ações de crescimento na Bolsa de Valores. Por sua vez, empresas ligadas ao petróleo ou pela energia podem se beneficiar com a alta dos preços.
Além disso, com a guerra existe a tendência de subida dos preços do ouro e do dólar, pois eles costumam resistir a eventos e crises. Outros investimentos que podem se destacar são o Tesouro dos EUA e moedas como franco suíço ou iene japonês.
Vale lembrar que ações ligadas a indústrias de defesa, como as que fabricam aeronaves e armas, que são produtos de guerra, podem se valorizar, a depender de como se desenrola o conflito.
Em todo caso, prevalece a tendência da saída de mercados emergentes em busca de economias mais fortes, o que interfere no câmbio, pois a procura pelo dólar se eleva. Isso tem impactos sobre as exportações e importações globais.
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