Economia: Por que o dólar está caindo tanto?
O dólar tem sido um tema recorrente nos noticiários, já que a desvalorização tem chamado a atenção de investidores e economistas. Neste artigo, vamos explicar por que o dólar está caindo.
Em julho, o dólar teve acúmulo de queda de 1,25% e, no ano, o declínio foi de 10,40%, segundo o Valor Econômico. O recuo do dólar é uma maravilha para os turistas brasileiros que viajam para os EUA.
E para quem faz investimentos em renda fixa ou em renda variável? Nesse caso, é preciso entender não apenas o contexto econômico interno, mas também o internacional no qual o dólar se insere.
O motivo é que a moeda americana é uma das mais sólidas no âmbito externo e serve de parâmetro para diversas operações no mercado. Portanto, as variações do câmbio têm impactos no país. Para saber mais sobre o tema, acompanhe a leitura!
Como acontecem as flutuações do dólar?
Para se chegar ao valor de negociação do dólar em relação ao real, é preciso considerar o quanto da moeda americana está circulando no mercado brasileiro.
Se essa quantia é alta, haverá uma queda do preço do dólar em relação ao real. Por outro lado, se a circulação da moeda americana é baixa, o dólar se valoriza em relação ao real.
Além disso, é necessário avaliar a situação da taxa de juros no Brasil. Quando está alta, há atração de investidores do exterior, o que aumenta a circulação de dólar no mercado.
O mesmo vale para relações comerciais. Se for positiva, significa que há uma alta nas exportações, com mais dólar entrando na economia, o que reduz a cotação da moeda.
Entenda por que o dólar está caindo
Alguns dos principais motivos para a queda do dólar são o aumento da taxa de juros no mundo, a maior estabilidade dos juros nos EUA, o Novo Arcabouço Fiscal no país e o aumento da taxa Selic, que atrai investidores. Entenda com mais detalhes nos próximos tópicos!
Novo cenário fiscal no Brasil
Com o Novo Arcabouço Fiscal, o governo brasileiro se propôs a implementar medidas de ajuste fiscal para controlar o déficit público e melhorar a economia do país. Por outro lado, a incerteza sobre os verdadeiros rumos da economia contribuiu para a desvalorização do real.
Desde 2022, a moeda brasileira foi influenciada pelo teto de gastos e pelas condições internas da economia com a decretação de estado de emergência. Ou seja, o governo pôde alocar recursos que não estavam previstos. No entanto, as novas perspectivas fiscais foram bem aceitas no mercado, tendo reflexos sobre o câmbio.
Aumento da taxa Selic atrai investidores estrangeiros
Outro fator que tem contribuído para a queda do dólar é o aumento da taxa Selic, a taxa básica de juros no Brasil. O Banco Central tem elevado a taxa Selic para controlar a inflação.
O Brasil possui a maior taxa de juros real do mundo. Por conseguinte, isso atrai investidores que buscam maiores retornos em seus investimentos e os investimentos no Brasil se tornam mais atrativos.
Ou seja, com a entrada de capital estrangeiro, há mais dólar em circulação e, consequentemente, a cotação fica mais baixa.
Guerra entre Rússia e Ucrânia torna commodities mais caras
A guerra entre Rússia e Ucrânia também tem impactado o valor do dólar. A Rússia está entre os maiores produtores de commodities do mundo, e a instabilidade na região tem aumentado os preços desses produtos.
Como ambos os países exportadores em guerra fecharam as fronteiras, houve elevação nos preços da commodities, o que causou aumento da inflação e, também, queda do dólar.
O motivo é que, quando as commodities ficam mais caras, mais dólares ingressam na economia brasileira, levando à valorização da moeda nacional.
Estabilidade dos juros nos Estados Unidos
O fim do ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos também tem contribuído para a queda do dólar. O Banco Central americano tem evitado aumento na taxa de juros, que está entre 5,25% a 5,50% ao ano.
Com isso, os investidores estão buscando outras moedas para obter maiores retornos, o que leva ao recuo do dólar. Assim, essa desvalorização da moeda americana acontece em todo o mundo e não apenas no Brasil.
Quais são os impactos da queda do dólar nos investimentos?
Os investidores precisam estar atentos ao câmbio para saber como as mudanças podem afetar os investimentos. Entenda a seguir!
Renda fixa
Como o dólar está caindo, os investimentos em renda fixa podem ser afetados no que se refere à inflação. Isso porque a inflação tende a cair também com a queda do dólar. Com isso, a expectativa é que haja um movimento de queda da Selic.
Para quem investe em ativos pós-fixados em renda fixa e atrelados à inflação, pode haver impacto na rentabilidade. Por outro lado, se você investe em ativos prefixados de renda fixa, o valor que vai receber já é negociado no momento em que fez o investimento.
Renda variável
Para investidores em renda variável, além da opção de comprar dólar para viagens, é possível investir em dólar em ETFs (Exchange Traded Fund), em portfólios de empresas com exposição à moeda ou em fundos cambiais para manter em carteira a aguardar a reversão da tendência de queda.
Quanto às ações, especialistas têm recomendado investir em dólar em fundos de investimentos que fazem aplicações no exterior. Por exemplo, fundos de ações visando empresas brasileiras que exportam, pois o real está mais valorizado.
Além disso, uma forma de proteger os investimentos da exposição cambial é por meio do hedge. Trata-se de uma estratégia utilizada por investidores para reduzir os riscos de perda em seus investimentos.
Ela consiste em realizar operações que buscam proteger o valor dos ativos em caso de variações desfavoráveis de mercado. No contexto de investimentos, o hedge pode ser feito de diversas formas. Uma das mais comuns é a utilização de derivativos, como opções e contratos futuros.
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