Retrospectiva 2020: o que aconteceu de novo no mundo dos investimentos neste último ano?

Este foi um ano inesquecível para todos. Em um misto de crise e oportunidades, vivemos um período cheio de desafios. E, como estamos ao fim de mais um ciclo, nada melhor do que recapitular tudo o que passou. Por isso, preparamos uma retrospectiva 2020. 

Nos últimos 12 meses, alguns eventos marcaram o mercado de investimentos e, assim, a carteira de todos os traders. Para relembrar os principais fatos deste ano que está acabando, acompanhe este artigo. Além desses acontecimentos, também, falaremos um pouco sobre as projeções para 2021. Confira! 

Cenário econômico em 2020 

Para começar esta retrospectiva 2020, precisamos falar de como iniciamos o ano. A economia brasileira chegou ao fim de 2019 com grandes indícios de uma retomada de crescimento. Todos estavam muito confiantes e esperançosos para a progressão deste ano. Porém, especificamente em março, o Brasil, assim como diversos países, foi afetado pela crise sanitária mundial: a pandemia de Covid-19. O novo coronavírus provocou um colapso não só no quesito da saúde, mas, também, afetou diversos outros setores. E, claro, a economia foi um dos mais atingidos. 

Com a necessidade de isolamento social, empresas aderiram ao home office e, algumas, infelizmente, fecharam suas portas. Os trabalhadores autônomos também foram afetados, como motoristas de aplicativos. Para isso, o governo federal precisou criar uma medida provisória: o pagamento do auxílio emergencial. 

Houve aumento nos preços de commodities, como o arroz e a carne. O mundo todo sofreu – e ainda está sofrendo – as consequências da Covid-19. Conforme um estudo feito pelo Banco Central do Brasil, o nosso país é um dos que mais anunciaram medidas – respostas fiscais – se considerada a porcentagem do PIB. 

Agora, você deve estar se perguntando o que tudo isso tem a ver com os seus investimentos, não é mesmo? Saiba que tem uma grande relação. Como o mundo todo foi afetado, moedas de diversas nações tiveram mudanças expressivas de valor, por exemplo. Por isso, vamos relembrar os principais acontecimentos que interferiram, direta e indiretamente, no mundo dos investimentos. Acompanhe! 

A alta do dólar 

Esse acontecimento não poderia faltar na nossa retrospectiva 2020. Quem acompanhou as notícias neste ano, viu que a moeda comercial chegou ao recorde de R$ 5,88 ― alguns lugares chegaram a vender o dólar turismo por R$ 6,45. A alta do dólar aconteceu principalmente por conta da pandemia, pois em momentos de crise, investidores resgatam investimentos de países emergentes, como o Brasil, e investem em países com forte economia, que são os que sentem menos a crise. Esse fluxo de dinheiro saindo, na prática representa diversas pessoas querendo trocar Real por Dólar, desvalorizando a nossa moeda. Conforme o jornal Estadão, em março, houve a saída de R$44.798 bilhões, em decorrência do novo coronavírus. 

O dólar também foi usado como proteção para os investidores brasileiros. No mês de março, a B3 registrou um alto índice de negociações em mini contrato de dólar. Se você quiser entender mais sobre esse investimento, acesse este artigo, onde explicamos mais sobre o mini dólar. 

A oscilação na cotação do capital americano afetou diretamente importações e exportações. Também, o preço de mercadorias e, claro, o valor de ativos financeiros.  

A queda do IBovespa: 

A fuga de capital estrangeiro no Brasil, citada anteriormente, causou um efeito colateral nas ações de empresas brasileiras. Para retirar o dinheiro do Brasil, os investidores estrangeiros tiveram que vender todas as ações que possuíam, acarretando uma venda massiva de ações. Essa venda massiva faz com que os preços caiam muito rapidamente, pois um investidor vai cobrindo o preço de venda do outro até conseguir zerar suas posições. 

Em março tivemos 6 circuit breakers, nos dias 9, 11, 12(2x), 16 e 18. O índice de mercado (Ibovespa) chegou a acumular uma perda de 47% entre 20/02 e 19/03.  

A alta do ouro: 

Com a crise mundial, os bancos centrais de todos os países tiveram que imprimir e injetar muito dinheiro nas suas economias. Com isso todas as moedas perdem valor, porque com a maior quantidade de dinheiro circulando, maior a inflação. O ouro é usado como reserva de valor durante as crises, e como a procura por ele cresceu, a valorização foi de 58% frente ao Real.  

A queda das taxas de juros: 

O mundo inteiro diminuiu as taxas de juros para incentivar o consumo, como medida para minimizar a crise. A política monetária brasileira seguiu a dos outros países e vimos a taxa Selic cair de 4,5% para 2% ao ano. Esse é o menor patamar da história do nosso país. Alguns países chegaram a adotar taxas de juros negativas, criando um impensável cenário onde investir em renda fixa faz o patrimônio diminuir. 

A recuperação do IBovespa: 

A medida que a crise foi passando e as pessoas do mundo inteiro começaram a retomar as suas atividades, os investidores foram recuperando o bom humor e voltaram a comprar ações. Nesse momento a força compradora passou a ser maior que a vendedora e os preços voltaram a subir. Em dezembro o IBovespa zerou as perdas no ano, voltando ao patamar do fim de 2019. Do pior dia da crise até 17/12 a alta foi de 93%. 

As ações que mais subiram e caíram: 

• Gol (Companhia aérea): a ação custava R$ 36,54 caiu para R$ 5,03 (queda de 86%). Ao longo do ano, alcançou o valor de R$ 29,01 (recuperação de 477%). 
• Via Varejo (dona das Casas Bahia e Ponto Frio): de R$ 16,64 caiu para R$ 4,10 (queda de 75,4%). Subiu para R$ 22,34 em julho (recuperação de 445%). 
• PetroRio (exploradora de petróleo): de R$ 51,00 caiu para R$ 9,50 (queda de 81%). Valorizou até R$ 59,00 (valorização de 521%). 
• Azul (Companhia aérea): de R$ 62,79 foi para R$ 9,08 (queda de 86%). Subiu para R$ 44,14 (recuperação de 386%). 
• Locaweb (internet): de R$ 24,60 caiu para R$ 10,20 (queda de 58,5%). Subiu para R$ 78,36 (recuperação de 668%). 
• BTG Pactual (banco) – de R$ 72,49 caiu para R$ 26,11 (queda de 64%). Subiu para R$ 91,50 (recuperação de 250%). 
• Braskem (petroquímica) – de R$ 30,60 caiu para R$ 10,07 (queda de 67,1%). Subiu para R$ 29,42 em junho (353%). 
• CVC (turismo): de R$ 30,88 caiu para 6,49 (queda de 79%). Subiu para R$ 23,04 (recuperação de 255%). 

Imposto de renda 2020: veja o que mudou 

Outro ponto que precisamos lembrar em nossa retrospectiva 2020 é a mudança do calendário do Imposto de Renda. Todo ano, há um cronograma feito pela Receita Federal definindo as datas para pagamento, declaração e restituição do tributo. Geralmente, o prazo para apresentar ao Fisco o tributo é de março a abril. Porém, neste ano que está acabando, houve uma modificação. 

Por conta da pandemia de Covid-19, a data final para prestar contas ao leão mudou para 30 de junho. Além disso, a data de restituição do IR foi antecipada. O primeiro lote começou a ser indenizado em maio deste ano. Quer lembrar o que mais mudou no calendário da RF? Então, acesse este artigo. Nele, explicamos todas as modificações que aconteceram em 2020.   

Quais as projeções para 2021 

O ano de 2021 está sendo muito aguardado por todos. A esperança de que aconteça o fim da crise sanitária, por conta da Covid-19, é uma das principais motivações para isso. Os especialistas já fazem as suas projeções sobre as melhores opções de investimentos para o próximo ano. São elas: 

• Ações brasileiras: os preços dos ativos do país ainda estão atrativos, despertando interesse dos investidores nacionais e estrangeiros. Nos dois últimos meses de 2020 vimos o investidor estrangeiro voltar colocar dinheiro nas ações brasileiras. Muitos especialistas apostam que esse movimento irá continuar, assim, valorizando as ações negociadas no Brasil.  
• Ações internacionais: com a desvalorização do real, operar em bolsas internacionais é uma ótima opção para diversificar a sua carteira. Google (GOGL34) e Facebook (FBOK34) são palpites. Muitas empresas internacionais são negociadas na bolsa brasileira através de BDRs. 
• Fundo imobiliário: essa opção já foi uma das apostas de 2020 e segue para o próximo ano. Com a taxa Selic ainda baixa, esse investimento é uma excelente oportunidade para quem quer rendimentos com menos risco do que as ações. 

Essa foi a nossa retrospectiva 2020. Claro que tivemos muito mais movimentações no mundo dos investimentos. Tanto que o cenário de isolamento social e pandemia fizeram aumentar o número de operações na bolsa e muitas pessoas começaram a se aventurar com day trade. Estamos otimistas de que 2021 será um ano de muitas oportunidades e expansão para investidores!  

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