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Como o aumento do IOF afeta o investidor e o cidadão

18/08/2025

Como o aumento do IOF afeta o investidor e o cidadão

O recente aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), validado pelo Supremo Tribunal Federal, trouxe uma nova camada de preocupação para quem investe e para o cidadão que depende de crédito ou realiza transações internacionais.

A medida, que havia sido suspensa pelo Congresso, foi restabelecida pelo STF. Mas, afinal, o que muda na prática e como se preparar para enfrentar esses custos adicionais?


O que motivou o aumento do IOF e a decisão do STF

O governo federal anunciou o aumento das alíquotas do IOF como parte de um esforço para reforçar o caixa da União e cumprir metas fiscais em um cenário de déficit elevado. A medida foi inicialmente questionada no Congresso, que chegou a derrubar o decreto presidencial. No entanto, o Executivo recorreu ao Supremo, alegando a necessidade urgente de arrecadação para evitar cortes mais profundos em programas públicos.

Em julho, o ministro Alexandre de Moraes validou a decisão do governo, permitindo a cobrança retroativa desde a edição do decreto. Apenas um ponto relacionado a operações de “risco sacado” foi considerado irregular e excluído da cobrança. O restante das alíquotas, incluindo aquelas que incidem sobre crédito, câmbio, seguros e investimentos, foi mantido.


Como o aumento do IOF impacta os investidores

Menor rentabilidade em aplicações de curto prazo

Para os investidores, o impacto é sentido principalmente em aplicações de renda fixa com prazos inferiores a 30 dias. Nesses casos, o IOF regressivo, que já reduzia a rentabilidade, passa a pesar ainda mais com a nova alíquota. Isso faz com que alternativas como CDBs de liquidez diária e fundos DI percam atratividade para reservas de emergência.

Tributação em previdência privada e fundos

Outro ponto de atenção é a tributação sobre aportes elevados em VGBL, que agora têm alíquota de 5% para valores acima de R$ 300 mil por ano. Fundos de investimentos em direitos creditórios (FIDCs) também foram impactados com a cobrança de IOF sobre a cota primária, reduzindo o retorno líquido de estratégias mais sofisticadas.

Encargo adicional para operações cambiais

Quem investe no exterior ou faz hedge cambial também sentirá o impacto. A alíquota de 3,5% sobre operações de câmbio encarece remessas internacionais e compra de moeda estrangeira, exigindo mais planejamento para dolarizar patrimônio ou diversificar a carteira globalmente.


Efeitos para o cidadão: crédito mais caro e viagens afetadas

Aumento do custo do crédito e financiamentos

No cotidiano do cidadão, o aumento do IOF já se reflete em linhas de crédito e financiamentos. Empréstimos pessoais, financiamentos de veículos e até o uso do cheque especial ficaram mais caros com a nova alíquota diária e a taxa fixa ampliada. Pequenos empreendedores e MEIs, que dependem de crédito para capital de giro, também sofrem com esse cenário.

Encarecimento de viagens e compras internacionais

Viagens ao exterior, compras em sites internacionais e remessas para familiares fora do Brasil agora têm custos mais elevados. O IOF de 3,5% sobre operações com cartões internacionais e compra de moeda em espécie pesa no orçamento e pode desestimular o consumo em dólar.

Risco de cobranças retroativas

A decisão do STF autoriza o governo a cobrar o imposto retroativamente desde a edição do decreto. Embora muitos bancos estejam arcando com esses custos inicialmente, há preocupação de que eles sejam repassados aos clientes no futuro.


Por que o IOF é usado como ferramenta fiscal?

O IOF é um imposto de fácil alteração, pois não depende de aprovação do Congresso. Isso o torna uma ferramenta estratégica para o governo regular o mercado e reforçar a arrecadação rapidamente. Em momentos de necessidade fiscal, como o atual, ele é acionado para compensar déficits e garantir o cumprimento do arcabouço fiscal. No entanto, o uso frequente desse mecanismo gera críticas sobre sua eficácia e o impacto na economia real.


Como se proteger do impacto do IOF

Diante desse cenário, o planejamento financeiro se torna ainda mais crucial. Para os investidores, é importante priorizar produtos isentos de IOF, como LCI, LCA e determinados títulos públicos. Também é hora de reavaliar aportes elevados em previdência privada e estratégias que dependem de fundos sujeitos à nova tributação.

Para o cidadão, a recomendação é evitar contrair novas dívidas e buscar renegociar contratos vigentes antes que as taxas subam ainda mais. No caso de viagens e compras internacionais, antecipar operações cambiais pode ajudar a reduzir o impacto do IOF sobre o orçamento.


Conclusão

O aumento do IOF impacta diretamente a vida financeira de investidores e cidadãos. Seja no crédito mais caro, nas aplicações de curto prazo com menor rentabilidade ou nos custos adicionais de operações cambiais, os cidadãos devem sentir o efeito de maneira ampla.

Para enfrentar esse cenário, é fundamental adotar um planejamento financeiro mais cuidadoso, com foco na redução de custos e na preservação do patrimônio. Acompanhar as mudanças tributárias e manter uma carteira de investimentos diversificada também são medidas indispensáveis.

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