Economia Taxa Selic

Para onde irá a Selic em setembro? 

09/09/2024

Para onde irá a Selic em setembro? 

O mês de setembro será um período de atenção para a economia brasileira, especialmente devido às reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e as expectativas de aumento da taxa de juros. A taxa atual é de 10,50% ao ano.  

Os analistas aguardam ansiosamente as decisões sobre a taxa Selic, que impactam o crédito, a inflação no país e os investimentos, inclusive em renda variável. O Copom avalia diversos indicadores econômicos para ajustar a taxa, refletindo as condições atuais e as expectativas futuras.  

Assim, mudanças na Selic podem influenciar o comportamento do consumo e a saúde financeira das instituições financeiras e dos brasileiros. As decisões tomadas em setembro podem ter repercussões no cenário econômico, tornando este mês um ponto de atenção para investidores. 

Contexto econômico atual e Taxa Selic 

O Brasil enfrenta um cenário desafiador, pois a economia não apresenta crescimento significativo. O aumento da dívida pública tem gerado pressões inflacionárias, contribuindo para a desvalorização do real. Segundo a Nord Research, essa situação se agrava com os gastos elevados do governo, que também inibem a confiança do mercado. 

Enquanto várias economias ao redor do mundo estão cortando suas taxas de juros, o Brasil se vê na necessidade de aumentar a Selic em setembro. Essa decisão é impulsionada pela desvalorização do real e a inflação. 

A comparação com o mercado global é desfavorável. Apesar de um contexto internacional que favorece cortes de juros e valorizações em bolsas de valores, a bolsa brasileira se destaca negativamente, apresentando um desempenho fraco em dólar. Isso reflete um ambiente em que o capital estrangeiro prefere investir em outros países. 

A incapacidade do Brasil de estimular o crescimento do PIB e controlar a dívida pública está gerando incertezas no mercado. A perspectiva é clara: a Selic em setembro deve ser ajustada para lidar com os desafios internos que afetam a economia e a moeda brasileira. 

Por que a taxa de juros precisa subir 

A inflação no Brasil está próxima do limite superior da meta, que é de 4,5% ao ano. A economia se encontra em um nível aquecido, crescendo a mais de 3% ao ano. Um crescimento forte pode levar a um aumento na arrecadação de impostos, mas também eleva a pressão inflacionária. 

Quando a inflação aumenta, o Banco Central eleva os juros para desacelerar a economia. Isso reduz a capacidade de gasto do governo e ajuda a controlar a inflação. Análises recentes reforçam a expectativa de uma alta na Selic. De acordo com a Empiricus Research, entre os motivos estão: 

  • A ata do Copom apresenta uma abordagem mais conservadora. 
  • Declarações firmes de Roberto Campos Neto, presidente do Bacen, e Gabriel Galípolo, Diretor de Política Monetária do Bacen. 
  • O desemprego está em níveis historicamente baixos. 
  • A inflação está atingindo o teto estabelecido pelo Banco Central. 
  • A economia permanece em um estado de crescimento. 

Como a alta da Selic pode influenciar a Bolsa de Valores 

A elevação da taxa Selic pode ter impactos positivos na bolsa brasileira, embora, historicamente, esse aumento tenha reduzido o apelo dos investimentos em ações 

Segundo especialistas da Empiricus Research, o mercado já incorporou a possibilidade de um ajuste na taxa, e essa mudança, que seria temporária, poderia abrir espaço para cortes futuros em 2025. Isso, por sua vez, poderia ser benéfico para os ativos de risco no Brasil. 

Um dos pontos a se considerar é que, mesmo com o índice da bolsa alcançando níveis históricos, muitas ações de boa qualidade continuam sendo negociadas a preços baixos e acessíveis. Isso sugere que, apesar do cenário de alta da Selic, a bolsa ainda apresenta oportunidades atraentes para investidores.  

A avaliação do múltiplo preço/lucro para o Ibovespa, que está significativamente abaixo da média histórica, reforça essa percepção de que o mercado pode estar subvalorizado. 

Além disso, a expectativa de que o retorno médio do mercado possa levar a uma valorização do principal índice acionário é um fator a ser considerado. Um retorno à média histórica poderia resultar em uma alta expressiva para o Ibovespa, o que atrairia mais investidores e potencialmente impulsionaria o mercado. 

Os resultados financeiros das empresas brasileiras também têm se mostrado promissores. No segundo trimestre de 2024, muitas delas superaram expectativas. 

O crescimento nos lucros dessas empresas, que superou 20%, de acordo com especialistas da Empiricus, indica um cenário de recuperação e expansão, o que pode levar a uma valorização das ações. 

Impactos da Alta da Selic no Mercado 

A possível elevação da Selic em setembro traz diversas implicações para o mercado, afetando tanto o comportamento dos investidores quanto as dinâmicas da economia brasileira. Esses impactos podem se refletir em mudanças no consumo e na taxa de câmbio. 

Se houver alta da Selic em setembro, isso tende a fortalecer principalmente a atratividade dos investimentos em renda fixa. Em contrapartida, a mudança no cenário econômico pode influenciar o mercado de câmbio.  

O aumento da Selic geralmente valoriza o real frente ao dólar, e os investidores estrangeiros buscam aproveitar as taxas mais atrativas. A expectativa de um real mais forte pode reduzir a demanda por importações, impactando a taxa de câmbio e as decisões de compra no mercado. 

Uma possível elevação da Selic em setembro impacta diretamente o consumo da população. Quando as taxas de juros aumentam, o custo do crédito também sobe, tornando empréstimos e financiamentos mais caros. Isso pode levar os consumidores a adiar aquisições, principalmente de bens duráveis, afetando também o crescimento do varejo. 

Além disso, a alta da Selic pode influenciar o investimento das empresas. Custos de financiamento mais elevados podem resultar em um ritmo mais lento de expansão, pois as empresas hesitam em investir em novos projetos. Essa dinâmica pode influenciar o crescimento econômico e a geração de empregos no país. 

Decisões Relevantes do COPOM de 2020 a 2024 

Durante o período de 2020 a 2024, diferentes decisões impactaram a Selic. Em resposta à pandemia, a Selic foi reduzida significativamente em 2020, atingindo mínimas históricas. As reuniões subsequentes do COPOM focaram em manter a taxa baixa para estimular a economia, além de observar a recuperação gradual. 

Nos anos seguintes, o cenário inflacionário começou a se modificar, levando o COPOM a aumentar a Selic em várias ocasiões. Essas decisões refletem um esforço para equilibrar a necessidade de crescimento econômico com o controle da inflação. 

O aumento da Selic é observado como um sinal de que a economia pode estar enfrentando pressões inflacionárias. Em contrapartida, reduções na taxa foram frequentemente seguidas de tentativas de impulsionar a economia em momentos de recessão. 

 

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