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Ibovespa fecha em alta e rompe máxima histórica com exterior, bancos e Vale

19/08/2024

Ibovespa fecha em alta e rompe máxima histórica com exterior, bancos e Vale

As Olimpíadas já acabaram, mas os recordes continuam, pelo menos em São Paulo, na B3. Não bastasse semana passada o Ibovespa ter atingido a máxima intradiária (ou seja, com o pregão em funcionamento), hoje pulverizou essa marca e conseguiu ultrapassar, pela primeira vez, os 136 mil pontos. Ao final da sessão, houve uma leve realização e o Ibovespa fechou com alta de 1,36%, aos 135.777,98 pontos.

Dessa forma, o principal índice da Bolsa brasileira ultrapassou o recorde anterior de fechamento, que era de 134.194 pontos, de 27 de dezembro de 2023. Isso foi obtido na sessão de hoje graças a uma disparada de 1.824,73 pontos do Ibovespa, apoiado pelos ganhos das bolsas em Nova York, ações da Vale e de bancos.

O dólar comercial não ficou atrás e recuou 0,99%, para R$ 5,41 – no menor patamar desde 10 de julho. Enquanto isso, os juros futuros recuaram por toda curva.

O que levou o Ibovespa ao recorde?

O movimento ocorre em meio a expectativa pelo início de um ciclo de afrouxamento monetário no Fed em sua reunião de setembro, após uma série de dados benignos para a inflação dos EUA na semana passada. Operadores veem 77% de chance de o Fed cortar os juros em 0,25 ponto percentual no próximo mês, o que seria o primeiro movimento da taxa desde julho de 2023, quando ela foi elevada para a faixa atual de 5,25% a 5,50%.

Além disso, O Goldman Sachs reduziu as chances dos EUA entrarem em recessão nos próximos 12 meses de 25% para 20%, após dados positivos na semana passada. No início deste mês, a corretora havia elevado as chances de uma recessão nos EUA, antes em 15%, depois que a taxa de desemprego saltou para uma máxima de três anos em julho, provocando temores de uma desaceleração.

Será uma semana agitada nos negócios, já que quarta-feira (21) o Fed solta a ata da mais recente reunião de política monetária, e no dia seguinte começa o simpósio Jackson Hole (que terá participação de Roberto Campos Neto, presidente do BC brasileiro), onde já na sexta-feira (23), Jerome Powell, presidente do banco central norte americano, pode dar pistas sobre o movimento da política.

“Powell diz que o mercado de trabalho está se normalizando”, com o crescimento dos salários diminuindo, as vagas de emprego ainda saudáveis e o desemprego em torno do que os formuladores de política monetária consideram consistente com a inflação na meta de 2% do banco central, disse o ex-presidente do Fed de Chicago, Charles Evans. “Isso seria ótimo se fosse só isso. O histórico não é bom”, alertou.

Com tal agenda, era de se esperar que Nova York colocasse o pé no freio, mas não foi isso o que aconteceu, pelo menos não nesta segunda-feira, com os principais índices mostrando robustez e auxiliando as demais bolsas globais, incluindo São Paulo.

Copom

Por aqui, a atenção ao Fed será total. O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, e apontado como provável próximo presidente da instituição, disse em evento hoje que vai aguardar as próximas quatro semanas até o encontro do Copom de setembro para obter “o máximo de dados” e “estar aberto” à decisão sobre a Selic. Galípolo reforçou a ideia de que o BC está dependente de dados e que até sua próxima decisão de política monetária vai observar indicadores como IPCA, Caged e Pnad, além de números da economia norte-americana e falas de Powell em Jackson Hole.

Ações

Não satisfeito com a boa maré de notícias positivas, o Ibovespa ainda tomou impulso com o noticiário corporativo favorável. E hoje teve de tudo.

O Bradesco (BBDC4) disparou 4,48%, com a recomendação elevada de neutro para compra pelo Goldman Sachs, que também subiu o preço-alvo para as ações PN do banco de R$ 14 para R$ 17,50, ou um potencial de alta de 17%. Demais bancos foram na onda, com BB (BBAS3) subindo 2,68%, Itaú Unibanco (ITUB4) ganhando 0,60% e Santander (SANB11) avançando 1,69%.

Da mesma forma, o Bank of America (BofA) elevou o preço-alvo para a Marfrig (MRFG3) de R$ 18,50 para R$ 21,50, pois permanece construtivo em relação à companhia, uma vez que a contínua desalavancagem no nível da holding deve desbloquear valor para as ações (via dividendos da BRF e a anunciada venda de ativos para a Minerva). O banco também reiterou recomendação de compra.

As ações da Marfrig, assim, subiram robustos 13,19%, levando para cima todo o setor: Minerva (BEEF3) avançou 3,49%, BRFS (BRFS3) ganhou 3,91% e JBS (JBSS3) terminou com mais 4,69%.

Vale (VALE3) conseguiu valorização de 1,60%, com uma melhora dos preços do minério na China, de olho em estímulos. Petrobras (PETR4), por sua vez, oscilou e acabou recuando 0,16%, em linha com queda do preço do petróleo.

Varejo

Mas os principais nomes desta segunda-feira vieram do varejo. Magazine Luiza (MGLU3) subiu 10,65% e Casas Bahia (BHIA3) disparou 15,61%. Carrefour (CRFB3) ficou com mais 4,75% e Assaí (ASAI3) avançou 4,49%. CVC (CVCB3) decolou 12,04%.

A disparada tem como pano de fundo carta da gestora Squadra aos cotistas citando que encerrou posição “short” (vendida) no setor de varejo, que incluía os ativos das companhias.

O caso Petz (PETZ3) é diferente e novamente atende pelo nome de Cobasi. O acordo entre as duas companhias tem sido visto com altamente positivo para as ações: hoje, PETZ3 subiu 23,87%, além dos 9,28% de sexta-feira (16).

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